RECONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO: É isso que o Funcionalismo Público quer



O governo Wagner mudou sua orientação em relação ao funcionalismo. Do início da primeira gestão ao da segunda, há grande diferença de postura. A Mesa Central foi unilateralmente desativada. Em 2011, não houve uma única negociação sequer sobre a pauta geral apresentada pelos servidores e as específicas se arrastam sem definições. Lamentavelmente, voltamos ao tempo em que a data-base no Estado resumia-se apenas a um carimbo no Protocolo da Governadoria.
A opção de não negociar gera vários problemas. Antigas reivindicações não atendidas perduram na injustiça, enquanto direitos e conquistas solapados aumentam o passivo do Estado para com seus servidores, que já é historicamente grande. A troca da conversa pela imposição traz sérios problemas ao próprio governo, como por exemplo, todo desgaste oriundo das mudanças no Planserv.
No meio do ano, uma paralisação do setor de saúde durou vários dias e forçou o governo a negociar. Porém, passados quase quatro meses, a Secretaria de Saúde (SESAB) não cumpriu os compromissos e um novo movimento se avizinha. Parece que os gestores não estão preocupados. Na educação, segurança pública e demais segmentos de servidores, a realidade é muito semelhante. Sem diálogo, a opção de muitas categorias é ir à justiça em busca do direito ou deflagrar greve para arrancar as reivindicações.

URV

Outro exemplo é o caso da URV. O Estado deve, a justiça vem decidindo em favor do funcionalismo, há disposição dos servidores em negociar, mas a opção é procrastinar um direito certo ao invés de encontrar uma saída conversada. Aguardar posição do Supremo Tribunal Federal, como vem declarando o governador à imprensa, para então dialogar com o servidor é abraçar a postura de governos retrógrados ajudando a judicializar a questão, quando o entendimento poderia resolver o impasse.
O servidor público é o estado na vida do cidadão
O servidor está na ponta, nas salas de aula, nos hospitais, no enfrentamento aos bandidos, na fiscalização e arrecadação de impostos, enfim, no atendimento direto à população nas repartições públicas. Em muitos casos, o trabalho é exercido em condições adversas e cumprido pelo compromisso que a imensa maioria tem com o cidadão e pela responsabilidade com a função assumida. Mas é impossível negar que é grande a insatisfação. E um servidor insatisfeito pode representar a falência do sistema. Não se governa para o povo sem ouvir quem está próximo à sociedade.
O governo pode mudar este quadro. O governador Jaques Wagner sempre repete que é um homem de diálogo.  Nunca é tarde para corrigir rumos e é sempre bom lembrar que, além de trabalhador o servidor público é um eleitor.


*Nota para distribuição no dia da manifestação pela passagem do Dia do Servidor Público, no Iguatemi,dia 25.10.

Comentários

PROTESTO disse…
Após passarmos por diversos governos escolhidos democraticamente e diretamente pelo povo, nos resta a triste constatação de que, independentemente de ideologia, corrente partidária, projeto político, etc., somos facilmente e reincidentemente iludidos quanto aos nossos direitos, sejam eles pessoais ou coletivos. E o pior é que, em determinados momentos, não adianta apelar para ninguém, a exemplo da atual conjuntura política que representa um retrocesso aos objetivos pelos quais tanto reivindicamos, lutamos e conquistamos, pois, na prática vivenciamos uma nítida "ditadura", como outrora respaldada pelo judiciário e pelo legislativo, que ratificam novos projetos de lei, muitos inconstitucionais, por ferirem de morte o pouco que nos restou, sob a perversa lógica do fisiologismo que prevalece sobre a maioria. A quem reclamar ou recorrer? Até quando "apanharemos" para aprendermos que o nosso voto é uma moeda cujo valor pode e deve ser determinamos por nós?
Fica aqui o registro de minha indignação com a situação em que nos encontramos como funcionários públicos do Estado da Bahia.

Marcos Brasileiro.

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